segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Ícaro

Voei rumo ao sol
com asas enceradas
pela noite.
Violáceas nuvens espraiaram
a alegria azul do vôo.

Vai chover lá embaixo,
uma chuva morna
e doce.
Escorrerá nos cabelos,
deslizará pelos braços.

No horizonte
as possibilidades dissolvem-se
no vento  
e esfumaçam-se no branco.
A luz descortina-se.
Labirinto.

Lá embaixo eu me vejo.
Caminhante  na chuva
de outrora.
A ilusão que a vertigem me empresta
cria um simulacro.
 Lá embaixo ele sorri.
Eu gargalho. Asas abertas.










Nenhum comentário:

Postar um comentário