Deixei no deserto
um poema
que um dia fez fluir o visco da vida,
pulsando as noites e os dias
em suas artérias
tristes.
Desejaram-no como a uma mandrágora,
como a uma prece atendida,
um enigma,
relicário.
Desejaram-no como os remos desejam
o espelho
na espúria do mar, costurando as feridas
a cada batida,
alinhavando seu vestido
feito de água e luar.
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