dos teus pensamentos,
dobrando-se em músculos moldados
nas mãos do oleiro.
A nuca posta
abriga o brilho de dez mil sóis
jorrando ao oposto do teu perfil
em transe:
teu rosto.
A revoada delirante
dos teus olhos
preenche os espaços vazios
que foram esquecidos
em tua fronte.
Mãos, braços e pernas
à luz da lua
em tua boca:
a gravidade no silêncio.
Os dedos fazem sulcos na pele,
córregos de suor
escorrendo para o mar:
tinta e sonho.
Porque há de ter cor e textura
esta forma
que se abre no instante.
De momento em momento,
por todos os ângulos
expostos
às avessas:
verdade absoluta.
De repente,
do oleiro fez-se argila;
do criador, a criatura,
cega ao dobrar-se
no barro da vida.
De repente,
do oleiro fez-se argila;
do criador, a criatura,
cega ao dobrar-se
no barro da vida.
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