Por baixo do mundo há outro mundo
Um que ainda não vi
onde o caos não existe
e o olhar
faz brotar
Dentro das coisas
outras coisas
já não há
Arcos sem flechas os verbos
acertam
do lado de cá
Uma janela tem mil olhos
de inútil olhar:
o ar é mais raro
o corpo é estranho
o acervo é bizarro
Num chapéu
infinitos bules
sem chá
Dentro dos mundos há outros mundos
há outras eras
dentro das eras
e em cada uma eu sinto
a falta
de mim
mesmo
que escadas
me levem
leve
até mim.
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