Hesitante retina em silenciosas
e efêmeras
imagens. Sobressalto, sonho
ou realidade. Sobe a neblina e desaparece,
tece a sã loucura no entreato do olhar
que almeja o real. O possível
torna-se impossível
e vice-versa. Das entranhas
sobe um arrepio. Sinos
ecoam nos lupanares inabitados,
e ermos revelam
formas estranhas, autômatos grotescos
do inexorável. Um rosto
suspira atrás do vidro
da janela. A sombra
da velha casa cobre a rua, e a procissão
de pássaros em combustão
à luz dos primeiros raios
do dia. À noite, novamente,
réstias de pensamentos
tiritam. À janela não há
rosto. Há,
somente,
uma figura relutante
atrás da oblíqua
névoa.
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