Minha mente limpa
a chuva
cai
gota
a
gota
na fria manhã escura
Devemos ser atingidos
por raios
três vezes ao dia
Ser como o fogo na noite
Como estúpidos pássaros
perdidos
voltar ao ninho vazio
A chuva suja o rio
com a voz das ondas
partindo meu rosto
Devo ser como o peixe
lançado na superfície seca
Devemos vibrar as cordas dos navios
cortar laços
galopar o vento
devemos ter estrelas nos olhos
chorar a matéria viscosa das madrugadas
terremotos
a chuva que volta
transparente e limpa
ao céu
carregado de raios
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