sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Se Azul

Se a manhã fosse azul
azul o teu rosto
um átomo nu
A sombra da noite
olhos-estrelas
no meio do azul
Se tuas mãos fossem vento
densas mãos
descampando o tempo
Mas o dia tem  unhas
em cada segundo
cava mais fundo
o tenro
luto
Se teus olhos chorassem
azul
seria o broto de nuvem
seria a lança de chuva
a artéria ferida
do tempo
arredio

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Tempestade

Minha mente limpa
a chuva
  cai
           gota
a
     gota
 na fria manhã escura

Devemos ser atingidos
                  por raios
                           três vezes ao dia
                          
Ser como o fogo na noite
Como estúpidos pássaros
                                                   perdidos
voltar ao ninho       vazio

A chuva suja o rio
com a voz das ondas    
                                          partindo meu rosto

Devo ser como o peixe
lançado                           na superfície seca

Devemos vibrar as cordas dos navios
cortar laços

                                 galopar o vento
devemos ter estrelas                        nos olhos

chorar a matéria viscosa das madrugadas

terremotos

a chuva que volta 
               transparente e limpa
ao céu
           carregado de raios