O poema
devorou o caracol
teceu a corda
do arco
Moldou a lira
com o verbo
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Se Azul
Se a manhã fosse azul
azul o teu rosto
um átomo nu
A sombra da noite
olhos-estrelas
no meio do azul
Se tuas mãos fossem vento
densas mãos
descampando o tempo
Mas o dia tem unhas
em cada segundo
cava mais fundo
o tenro
luto
Se teus olhos chorassem
azul
seria o broto de nuvem
seria a lança de chuva
a artéria ferida
do tempo
arredio
azul o teu rosto
um átomo nu
A sombra da noite
olhos-estrelas
no meio do azul
Se tuas mãos fossem vento
densas mãos
descampando o tempo
Mas o dia tem unhas
em cada segundo
cava mais fundo
o tenro
luto
Se teus olhos chorassem
azul
seria o broto de nuvem
seria a lança de chuva
a artéria ferida
do tempo
arredio
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Tempestade
Minha mente limpa
a chuva
cai
gota
a
gota
na fria manhã escura
Devemos ser atingidos
por raios
três vezes ao dia
Ser como o fogo na noite
Como estúpidos pássaros
perdidos
voltar ao ninho vazio
A chuva suja o rio
com a voz das ondas
partindo meu rosto
Devo ser como o peixe
lançado na superfície seca
Devemos vibrar as cordas dos navios
cortar laços
galopar o vento
devemos ter estrelas nos olhos
chorar a matéria viscosa das madrugadas
terremotos
a chuva que volta
transparente e limpa
ao céu
carregado de raios
a chuva
cai
gota
a
gota
na fria manhã escura
Devemos ser atingidos
por raios
três vezes ao dia
Ser como o fogo na noite
Como estúpidos pássaros
perdidos
voltar ao ninho vazio
A chuva suja o rio
com a voz das ondas
partindo meu rosto
Devo ser como o peixe
lançado na superfície seca
Devemos vibrar as cordas dos navios
cortar laços
galopar o vento
devemos ter estrelas nos olhos
chorar a matéria viscosa das madrugadas
terremotos
a chuva que volta
transparente e limpa
ao céu
carregado de raios
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