sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Enjambement

O azul na penumbra
balança
Um vulto

corre no vento
 Morto

estarei vivo
No azul

tudo se perde
Amalgamado

vazio do tudo
Planejo correr

mas as parágens são inóspitas
Como a lua

e farto-me
no confim
Não estou morto

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Memória da Cidade

Chega a hora
em que a despedida
é silêncio

Aglutinamos vertiginosamente
no ralo
caldo do instante

A cidade muda
rememora
o cheiro:
alegrias & tristezas

Mas por que o estrondo  da noite
a vioência da ausência
do que desaparece
arquiteta outro ser
tão vivo
e tão inútil?

Adeus silenciosos
são tão ocos
e suas sombras inacabadas
arranham o céu
qual lápides imensas
de gerações passadas

Aquela rua não é mais a minha
aquela placa mudou
a direção

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Par tido

Dança a bandeira branca ao raiar dos olhos
Mísera aurora densa
 espanta

Era  sem vez a história
tão velha quanto a noite:

arranca  a minha outra alma
alada
de criança

espalha a minha outra
essência branda
no espelho