Se um dia vieres aqui,
enxuga tuas lágrimas,
porque olhos não se vendem,
poemas não se compram.
Tudo já passou,
de novo e de novo,
sem espanto.
Se um dia vieres aqui,
enxuga tuas lágrimas,
porque olhos não se vendem,
poemas não se compram.
Tudo já passou,
de novo e de novo,
sem espanto.
A cidade assovia o etéreo lamento
E talha o vento e as cortinas dos prédios.
A cidade não sabe de si nem de ti.
É um formigueiro crescente de sombras. Simulacro de Ordem e desordem.
Pulsa para dentro do tempo e rumina.
Se o que sinto é poema,
poema não há,
somente um grito,
chama efêmera, bêbada,
bruxuleando recomposta
de memórias.